quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Afinal de que me queixo eu?

Tudo parece feio. A esperança é por isso muito pouca. O meu mundo parece que virou ao contrário e levou uma valente sacudidela. Nada me parece no sitio. É uma confusão da qual penso não ter saída. E tudo isto me faz lembrar os meus tempos de Faculdade. Ok, os tempos de "exames" na faculdade, o que não é bem a mesma coisa. Sempre que chegava a essa época, aquilo que não fazia durante todo o ano, tinha de fazer naquele momento, ou seja, estudar. Durante esses 2 meses (aproximadamente) de exames, era normal à hora de jantar debater alguns assuntos com os meus colegas. Lembro-me que aconteciam sempre 3 coisas. Primeiro. Eu sabia à partida que existiam alguns cromos, vulgo "marrões", que por aquela altura, dependendo da proximidade do exame, ou já tinham estudado tudo, e eu não, ou o que tinham estudado dominavam, e eu não. Mas este primeiro ponto não me preocupava muito, pois sabia que jogavam noutro campeonato que não o meu, e o mais provável, era ser goleado por eles na pauta. Segundo. Existia sempre um ou outro amigo, que estando mais ou menos como eu, davam-me sempre a sensação que estavam ligeiramente melhor preparados e, regra geral, estavam mesmo. Era agradável debater com eles, porque eram a minha bússola. Eram do meu campeonato, e era com eles que sabia, por comparação, se estava bem ou estava mal. Mas algumas vezes superava-os. Terceiro. Um dos meus melhores amigos na faculdade, que a despropósito, adorava vestir à betinho, mas ao mesmo tempo era um miúdo sem grandes ambições, e isso maravilhava-me nele, dizia-me, "contento-me com um 10, quero é passar o ano e acabar o curso". Durante a época de exames era sempre o primeiro a acabar de estudar a matéria, a repetir o estudo de toda a matéria, e em muitos casos a dar uma terceira olhada ao conteúdo. Era só confiança, "acho que sei para passar" dizia-me ele novamente. Chegado o dia do exame, e após o mesmo, era normal debater-mos as respostas, ele por vezes ao ouvir uma ou outra coisa, afastava-se e dizia qualquer coisa como, "ai Mãe, não quero ouvir mais" (provavelmente não era bem esta expressão, mas era algo parecido).

Por esta hora vocês devem-se estar a perguntar, "mas o que é que isto tem a ver com o blogue?". Muito simples. Reflecte o meu estado de espírito para a época que ainda agora começou. Parece que estamos a iniciar a época de exames, e consoante o meu olhar, o meu pensamento muda. Primeiro. Eu sei que o Barcelona não é do meu campeonato, e o mais provável é acabar goleado na Liga dos Campeões. Segundo. Sempre que olho para o Porto, vejo ali a minha comparação, aquele clube que hoje me parece estar um passo à frente. Aquele clube para o qual eu hoje, após as vendas de Javi e Witsel, olho e sinto que estou muitos passos atrás, que vou chumbar e, mais uma vez, acabar em segundo lugar no campeonato.   Ora é isto que hoje me entristece. É por tudo isto que hoje me sinto um Cristiano Ronaldo. Mas tenho esperança de os superar. Terceiro. Quando penso que está tudo mal, tudo ao contrário, eis que olho o Sporting e penso que afinal podia estar bem pior. Muito pior. Pese embora o optimismo dos "betinhos". Acham eles que dá para "passar", porque o que interessa é ficar à frente do Benfica, seja em segundo ou em terceiro lugar. No final acabam sempre por pensar, "ai Mãe, ai Mãe". Vejamos:

- 16º lugar da tabela classificativa, ou seja, despromoção.

- 46M de prejuízo apresentados no "Relatório de Contas" da SAD à CMVM.

- UEFA retém prémios monetários do Sporting por falta de Fair-Play. Bem dizia o Jesus, "o fair-play é uma treta". E o Sporting leva isso à risca. 

- Vi, em "Gordo, vai à baliza", um quadro sobre as percentagens dos direitos económicos que o Sporting detém dos seus jogadores, que partilho agora aqui. O Quadro fala por si.


Existe sempre alguém pior do que nós. Nos momentos de tristeza, o Sporting faz sempre lembrar que existe essa velha máxima, tal e qual os meus pais me ensinaram. É uma forma de a vida me relembrar a não ser ingrato.

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